terça-feira, 25 de novembro de 2014

"A minha mãe"

Ligaram-me da creche, ele estava com quase 40 graus de febre, senti-me mal, sabia que não o devia ter mando de manhã. Quando chegamos lá, vimos pela primeira vez, como se comporta na creche, sempre tive curiosidade de o ver lá, os recados que nos chegam não são animadores "o Salvador, não comeu a sopa"; "o Salvador não comeu o segundo prato de peixe"; "o Salvador dá pontapés nos colegas, não me obedece (à educadora) e está sempre a ver, até onde pode levar a vontade dele" ... and so on, por isso ontem ao chegar à salinha dele, tive uma certa dificuldade em identifica-lo, tive que me lembrar da roupa que lhe vesti, e lá o vi, mesmo de costas para mim, sentado numa daquelas cadeiras pequeninas, mas mesmo assim grandes para ele, a dar aos pézinhos, a auxiliar meteu-se com ele, e ele lá olhou para trás, com os braçinhos abertos e a dizer "a minha mãe". 
Quem já leu os meus textos, acho que já entendeu o tipo de educação que tanto eu, como o homem, pretendemos que o baby tenha, não sou de todo de tolerar faltas de respeito, que bata nos coleguinhas, que não coma porque sim.
Acho que as crianças tem que ser ensinadas a conviver com outras, e não é só o meu que bate, morde ou belisca, certamente há mais, não é por fazer agora, que se vai tornar um delinquente. Acho que às vezes certas pessoas se esquecem da idade que as crianças têm.
O meu está a dois messes de fazer dois anos, dá pontapés, é preciso um certo nível de paciência para lhe dar de comer, mas de resto é um bebé grande igual a todos os outros.
E sim derroto-me quando me chama "a minha mãe".

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